Acipi realiza cerimônia de deposição de cápsula do tempo, que será aberta em 2070

Fazer história, utilizando-se da arte e da cultura, e contribuir com uma perspectiva futura à sociedade piracicabana e a quem estará à frente da entidade. Com esse objetivo, o Departamento Cultural da Acipi idealizou uma cápsula do tempo para ser aberta daqui a 50 anos e, portanto, registrar um dos momentos mais difíceis de toda a história da humanidade: o enfrentamento da pandemia do coronavírus (Covid-19).

O projeto da cápsula do tempo da Acipi surgiu com a proposta de preservar documentos datados de 2020. A intenção é disponibilizar registros das lutas e desafios que os empresários e a população de Piracicaba passaram durante este período. Essa é uma coleção de itens que foram levantados pela Acipi, capazes de demonstrar a sua perspectiva sobre os acontecimentos. Com essa ação, a geração futura, em 2070, terá em mãos fontes importantes que ajudarão a entender uma versão dos fatos.

Participaram da cerimônia de deposição da cápsula, realizada ontem (28), o presidente da Acipi, Marcelo Cançado, os vice-presidentes Mauricio Benato, Rodrigo Santos e Jorge Aversa Junior, os deputados estaduais Roberto Morais e Alex Muniz de Oliveira (Alex de Madureira), o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, o presidente da Câmara de Vereadores, Gilmar Rotta, o presidente da Unimed Piracicaba, Carlos Joussef, o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto, e o presidente do Simespi, Euclides Libardi.

O presidente da Acipi não mediu palavras para enfatizar o protagonismo da entidade neste acontecimento. “Para mim é uma honra fazer parte da Acipi, principalmente neste momento tão peculiar. Pudemos colocar muitas histórias de vida, fé e a esperança de mundo melhor na cápsula do tempo. E esse evento representa não só o papel e a atuação da Acipi, mas os anseios de todos os cidadãos piracicabanos em meio à pandemia. Daqui a 50 anos, quando a cápsula for aberta, que o mundo possa contar com uma geração futura para seguir lidando com as adversidades consciente e ativa.”

O diretor Cultural da Acipi, Palmiro Romani, falou sobre a emoção em concretizar um projeto adiado pelo distanciamento social. “Saber que daqui a 50 anos abrirão essa cápsula e que a energia da Acipi e todos que trabalharam nesse projeto estarão lá é muito emocionante. Ainda estamos distantes de superar as consequências da pandemia, mas, entre erros e acertos, tenho certeza de que fizemos história.”

O presidente do Conselho Consultivo, Luiz Carlos Furtuoso, disse que a deposição da cápsula foi mais um momento de reflexão sobre os impactos econômicos e sociais. “Apesar de ainda estarmos em pandemia, a cerimônia nos proporcionou revistar toda a dificuldade e os momentos mais complicados impostos pela disseminação do Covid-19, os quais a Acipi encarou e vem encarando de frente. Além disso, toda a diretoria pode estar reunida, já que há muito os voluntários não se encontravam presencialmente. A cápsula será uma memória materializada para que, no futuro, todos possam saber pelo que passamos nesta pandemia e Acipi, mais uma vez na vanguarda, será lembrada como uma entidade representativa e atuante na sociedade.”

O vice-presidente Mauricio Benato apontou que a cápsula retrata a história do lado do empreendedorismo. “Porque talvez a gente só saiba um lado da história, contada pelos jornalistas, escritores, que viram do seu prisma e aqui a entidade conta a sua. Minhas filhas participaram e vão ser a guardiãs dessa cápsula e, se Deus quiser, estarão aqui para participar da abertura, o que é uma responsabilidade muito grande. É uma história que contamos sob a nossa maneira de ver, certo ou errado, mas foi a maneira como nós sofremos, que nós vivenciamos e que depositamos nesta cápsula.”, destacou.

Lívia Benato, de 14 anos, que fez, durante a cerimônia, a leitura de uma carta da Diretoria depositada na cápsula, para ser lida no futuro, disse que ficou feliz em receber o convite. “É uma oportunidade única e algo que nunca mais vai acontecer”, disse.

Para o também vice-presidente Rodrigo Santos, a deposição da cápsula foi um momento, além de emocionante, muito importante para a gestão “Inovar para o futuro”. “Diante de todas essas dificuldades que passamos, estamos aqui plantando um sonho para os nossos sucessores poderem ver a importância da Acipi para a cidade, principalmente durante a pandemia”, frisou.

Jorge Aversa Junior, vice-presidente da entidade, comentou que a deposição da cápsula é um marco. “Desde o Memorial do Empreendedorismo, que fizemos em 2012, a Acipi demonstra que respeita o passado. Nenhum povo, nenhuma comunidade ou sociedade pode olhar o futuro sem reconhecer o seu passado. Parabenizo toda diretoria da Acipi e também a cidade, que lutou contra essa pandemia, contra todas dificuldades, que sofreu junto do Brasil e do mundo. Nós, aqui na Acipi, fizemos o que podíamos e sofremos com tudo isso. Se Deus quiser, o futuro será promissor. Essas crianças que vão estar lá, em 2070, terão um país muito melhor, com muito mais justiça e é isso que a gente espera”, afirmou.

O prefeito de Piracicaba, por sua vez, fez uma análise sobre o cenário do município durante a pandemia. “Não sabemos, exatamente, o que erramos e o que acertamos. Isso será julgado nos próximos 20 ou 30 anos, então só o tempo dirá. Mas tudo o que fizemos foi para salvar vidas e evitar um colapso geral. Tenho a consciência tranquila daquilo que optamos por fazer. Somos parceiros para que haja uma retomada o mais rápido possível. E hoje marcamos história, começaremos uma nova etapa em nossas vidas.”

Rotta ressaltou que este é um momento importante para a Acipi e para a cidade de Piracicaba. “Passamos por situações difíceis que deixaram marcas profundas. No futuro, quem ler os documentos inseridos na cápsula saberá de tudo o que passamos e poderá aprender com a história do que passou, do que foi feito. Um novo mundo pós-pandemia está nas nossas mãos e cabe a nós começar a escreve-lo. Parabenizo a Acipi, uma associação que merece todos os aplausos, por estar preocupada com o pequeno, médio e grande empresário e com toda a população. Durante a pandemia, a entidade saiu para as ruas, tomou atitudes, doou cestas básicas e itens de higiene, prestou orientações”, disse.

 

História

Conforme o historiador da entidade, Lucas Magioli, esta não será a primeira cápsula do tempo da Acipi, de fato, já que em 1977, quando foi lançada a pedra fundamental do prédio atual, foram também separados itens para compor a cápsula, porém com outro propósito. “A ideia, naquela ocasião, era eternizar o entusiasmo do planejamento e da construção, mas a cápsula não chegou a concluir sua missão já que o projeto foi alterado. Os itens, hoje, fazem parte do nosso acervo histórico”, explicou.

Magioli acrescenta que a iniciativa será uma grande contribuição que a entidade deixa à sociedade piracicabana. “Esta ação comungará também com o objetivo do Memorial do Empreendedorismo, que em 2021 completou nove anos, com acervo amplo e que auxilia na composição da história do município”, apontou.