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Como detectar e lidar com questões relacionadas à saúde mental foi o tema central do 105º Encontro da Mulher Empresária da Acipi, que ocorreu na quarta-feira (15/9), no auditório da entidade. O evento foi uma realização do CME (Conselho da Mulher Empresária).
O bate-papo intitulado “Saúde mental importa”, em alusão ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, contou com a participação da consultora empresarial coach, mentora & adviser, Claudia Pinese; a administradora de empresas e psicóloga Mariana Dedini; o administrador de empresas e psicólogo, Orfeo Scarinci, e a pedagoga, pós-graduada em RH, Valeria Patriani. O evento teve o patrocínio da Sicoobcocre, Unimed Piracicaba e contou com o apoio do Café Morro Grande e do Suco Prats.
A coordenadora do CME, Silvanete Neves, lembrou que o tema da saúde mental é importantíssimo de ser tratado pelas empresas. “Para cuidarem de seus colaboradores, entender e ajudar o próximo. O CME trabalha para o conhecimento, a capacitação, mas também do cuidado com a saúde das mulheres”, afirmou.
O vice-presidente Rodrigo Santos enalteceu o empenho das conselheiras em trazer temas tão relevantes para os eventos e encontros. “E é fundamental a participação de todas as mulheres que vêm aprender e compartilhar conosco o seu dia a dia”, disse.
Atenção e cuidado
Mariana Dedini trouxe dados relacionados a ansiedade, depressão, suicídio e síndrome de bornout (também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional). “A depressão está presente em 11,3% da população brasileira e a depressão e a ansiedade, juntas, aumentaram cerca de 25%, apenas no primeiro ano da pandemia”, afirmou. Ainda conforme citou, em 2019, o suicídio foi a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Valeria destacou, entre outros apontamentos, dados de uma pesquisa realizada por ela com 35 empresas, em que citaram números e como lidam com questões de saúde mental dos colaboradores. “Entre as ações realizadas quando se há casos, 25% responderam que promovem o afastamento desse colaborador, 37% fizeram somente acompanhamento psicológico e psiquiátrico e 38% fizeram gestão de mudanças, de gestão, de trabalho, houve uma diversificação da função realizada”, mencionou.
Claudia lembrou que se existe uma relação aberta, acolhedora da empresa com o colaborador, se torna mais fácil o relato, caso haja alguma questão de saúde mental. “Mas se não tem, ele sofre para chegar a se abrir, a se colocar ou que alguém perceba. Ele pode chegar via gestor, que leva até o RH ou administração, por exemplo, ou por outros caminhos. Existe um trabalho conjunto”, relatou.
Scarinci lembrou da importância do olhar do dono e de se investir no “olhar diferenciado” para as pessoas. “Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, em 2020, foram computados 576 mil afastamentos, em geral, do trabalho, desses, 285 mil viraram auxílio-doença por depressão e ansiedade. E a estimativa média de retorno ao trabalho são 196 dias. Imagina isso para uma empresa pequena. Por isso a prevenção para evitar esse tipo de coisa”, comentou.
Os profissionais encerram o bate-papo citando a importância da escuta ativa nas relações para que se possa entender o outro e buscar ajudá-lo.